Blog do Matehackers

Hackday com Gabinete Digital - 13 de Abril de 2013

Aproximadamente trinta pessoas participaram do Hackday de hoje no Bunker360, atual sede e hackerspace do Matehackers.

“Hackday” é um termo genérico e é justo que eu explique aproximadamente o que eu entendo que aconteceu aqui hoje.

O que aconteceu aqui hoje realmente depende da interpretação de cada participante ativo. Não há em absoluto uma forma melhor ou mais correta de descrever isto, e quem queria saber, deveria ter participado. O que segue é a minha interpretação e não deve ser considerada como soberana, tampouco opinião do Matehackers.

Este foi um momento importante para fortalecer a visibilidade do grupo diante da sociedade e do governo estadual do Rio Grande do Sul.

Segundo a minha interpretação, mais importante do que isto foi o espaço de diálogo que foi promovido, inclusive entre os próprios integrantes do Matehackers, o pessoal do Gabinete Digital e quem mais veio ser hackeado neste dia.

Eu considero espaços de debate e diálogo livres de suma importância no contexto social em que nos encontramos hoje. E o exemplo do Hackday de hoje, segundo a minha interpretação, é concreto e válido como real espaço de comunicação e participação dos envolvidos. A dinâmica e a forma como as coisas fluíram hoje neste hackerspace são o mais próximo possível que eu já vi em Porto Alegre da minha ideia de diálogo aberto e o mais livre possível de preconceitos e vaidades. Mas está longe de ser o que eu considero o ideal.

Este tipo de diálogo aberto com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul é motivo suficiente para despertar interesse da sociedade Porto Alegrense, Gaúcha e Brasileira, porque o que acontece nestes diálogos tem influência direta nos rumos políticos, e indireta na vida de toda e qualquer pessoa inserida ou não na sociedade organizada. Para mim, envolvimento social é política. Redes de pessoas são manifestações políticas. Diálogos são formações e articulações políticas.

Inclusive, é unânime a opinião dos participantes do Matehackers de que este Hackday e todo trabalho junto ao Gabinete Digital do Governo do Estado do Rio Grande do Sul são condições suficientes para criar meios de aumentar a participação política das pessoas naquelas coisas que afetam suas vidas. Não é o caso que eu considere que o modelo de dinâmica que é promovido nos eventos e espaços do Matehackers sejam modelos a serem replicados em todo lugar. Muito pelo contrário, isto é o que funciona para nós.

Eu considero envolvimento político de todas as formas possíveis válido, principalmente para mudar, melhorar e aumentar as possibilidades de envolvimento político para o maior número de pessoas possível.

Outra coisa que ficou clara e importante, e é recorrente sempre que temos a oportunidade de juntar tanta gente, foram as divergências e diferenças entre as opiniões políticas de quem estava neste Hackday, e principalmente as opiniões dos integrantes do Matehackers sobre o que é o Matehackers, o que faz o Matehackers, como pensa o Matehackers, e como age o Matehackers. A gente não se reúne para ficar definindo estas coisas, pois já está claro que isto é outra coisa que depende da interpretação de cada um, que muda constantemente.

É por isto que eu estou sempre deixando claro que eu não represento este coletivo e ele não me representa. Assim como devo dizer que não boto minhas mãos no fogo por partidos políticos e empresários envolvidos com os trabalhos do Matehackers, tampouco tenho concordância alguma com as opiniões e ideias do pessoal do Matehackers em primeiro lugar. O trabalho aqui não pode depender de consonância. Precisamos respeitar diferenças e trabalhar juntos, não tem outro jeito. Não é questão de ideal, filosofia, ou visão política. É necessidade para sobrevivência do coletivo.

Este texto é uma tentativa de ilustrar a minha interpretação sobre o que acontece, mas eu não concordo com ninguém que concorde com o que eu escrevo. Minha mensagem não é “leia minha interpretação e fique com ela”. Minha mensagem é “venha aqui e veja por ti mesmx”. Mas tenho a impressão de que o pessoal vai continuar lendo o que eu escrevo. Tudo bem então, façam coisas pra mim ter o que escrever.